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Written by 11:18 Artigo, Inteligência Artificial, Mercado Tecnológico

Será que conseguiremos criar um robô com as mesmas capacidades do ser humano?

O recente surgimento do ChatGPT e de outros programas avançados de IA tem aumentado a relevância dessa questão, enquanto a imaginação dos engenheiros continua buscando maneiras de criar um robô que possa pensar e agir como um ser humano.

Atualmente, já conseguimos imitar muitos dos complexos processos de raciocínio e até de criatividade do cérebro humano por meio da inteligência artificial. No entanto, quando se trata de realizar tarefas aparentemente simples, como amarrar sapatos ou pegar objetos que caem no chão, os robôs ainda enfrentam enormes desafios.

Esse fenômeno é conhecido como o paradoxo de Moravec. Segundo o pesquisador em robótica Gonzalo Zabala, da Universidade Aberta Interamericana, na Argentina, o ser humano levou centenas de milhares de anos de evolução para dominar tais habilidades básicas. Portanto, reproduzir esses processos em um nível computacional é extremamente difícil, senão impossível, no momento atual.

Zabala destaca que o mesmo não acontece com processos que envolvem raciocínio, os quais foram desenvolvidos em um período de tempo relativamente curto em comparação com a evolução em outras áreas. Por esse motivo, é possível codificar e reproduzir esses processos com mais sucesso usando a inteligência artificial.

Um dos precursores da inteligência artificial foi o cientista britânico Alan Turing (1912-1954), que formulou uma série de perguntas para distinguir um robô de um ser humano em um caso teórico. Essas perguntas, conhecidas como o teste de Turing, têm sido usadas como referência para o desenvolvimento da inteligência artificial desde a década de 1950.

No entanto, no final dos anos 1970, os pesquisadores começaram a enfrentar problemas ao tentar criar programas ou dispositivos que pudessem “enganar” os interlocutores, respondendo corretamente às perguntas do teste de Turing para se passarem por seres humanos. As respostas geradas pela lógica não produziam nada de original, o que levou ao impasse no campo da inteligência artificial.

Diante disso, os cientistas buscaram alternativas para avançar no desenvolvimento da IA. Uma abordagem adotada foi a criação de circuitos semelhantes aos do cérebro humano, em vez de focar apenas em respostas lógicas. Essa contradição ainda não foi totalmente resolvida, pois embora a IA tenha avançado em certos aspectos, as funções básicas do ser humano ainda são desafiadoras de serem recriadas em um robô.

O paradoxo de Moravec, observado por especialistas em robótica nas décadas de 1980 e 1990, destaca que é relativamente fácil fazer com que os computadores tenham um desempenho comparável ao de um adulto em testes de inteligência ou jogando xadrez. No entanto, é difícil ou até impossível fornecer a eles as capacidades de percepção e mobilidade de um bebê de um ano.

Para enfrentar esse desafio, cientistas como Rodney Brooks, Hans Moravec e Marvin Minsky desenvolveram projetos que exploram o paradoxo de Moravec. Por exemplo, Brooks trabalhou com empresas como a Boston Dynamics e a iRobots, buscando construir robôs com anatomia humana. O objetivo é criar robôs que se assemelhem mais ao ser humano em termos de movimento e aparência.

Um exemplo é o ECCERobot, um protótipo desenvolvido por cientistas europeus. O robô possui um esqueleto completo feito de material termoplástico e sensores em todas as partes. No entanto, mesmo com esses avanços, o ECCERobot ainda enfrenta dificuldades para realizar tarefas simples, como segurar um copo, devido à sua complexidade.

Os especialistas concordam que a construção de um robô tão inteligente quanto um ser humano é uma possibilidade, embora ainda distante. O paradoxo de Moravec trouxe à tona um problema desafiador, incentivando os pesquisadores a buscar soluções. A revolução da inteligência artificial é uma das formas pelas quais esse progresso está sendo alcançado, não apenas em termos de respostas lógicas, mas também na compreensão dos processos que tornam os seres humanos capazes de equilíbrio, aprendizado e interação natural.

É importante ressaltar que a revolução da inteligência artificial não representa uma ameaça à extinção da espécie humana, como alguns analistas já afirmaram. Em vez disso, é uma ferramenta que tem o potencial de facilitar muitos processos no futuro. O estudo e o desenvolvimento contínuos nessa área nos permitem explorar novas possibilidades e nos conhecermos melhor, abrindo caminho para a eventual criação de robôs com capacidades semelhantes às dos seres humanos.

Embora o caminho para a criação de um robô completamente inteligente ainda seja desafiador e repleto de obstáculos técnicos, a busca por alcançar essa meta continua impulsionando o avanço da ciência e da tecnologia. Enquanto enfrentamos as complexidades do paradoxo de Moravec, estamos dando passos importantes em direção a um futuro onde a inteligência artificial e a robótica desempenham papéis cada vez mais significativos em nossa sociedade.

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