Um recente levantamento realizado pela NordVPN, uma empresa especializada em cybersegurança, revelou que cerca de 144 mil cartões de pagamentos foram roubados no Brasil e vendidos na “dark web” em 2023. Essa plataforma, conhecida por abrigar atividades ilegais e criminosas, colocou o país em quinto lugar no ranking global de nações mais afetadas por esse tipo de crime. Quando consideramos apenas a América do Sul, o Brasil ocupa o primeiro lugar entre os países mais atingidos por roubos e fraudes de cartões.
De acordo com a pesquisa, o preço médio de um cartão roubado e vendido na “dark web” brasileira é de R$42,25, conforme a cotação da última sexta-feira (26). Atualmente, ainda estão disponíveis para venda ilegal aproximadamente 92 mil cartões de pagamento brasileiros.
O levantamento analisou cerca de 6 milhões de unidades encontradas nas redes anônimas da internet, revelando que dois em cada três cartões (66,7%) contêm pelo menos algumas informações privadas das vítimas, como endereço, número de telefone, e-mail ou até mesmo o número do Seguro Social (SSN).
No caso específico do Brasil, mais de 48 mil unidades analisadas continham o número de telefone das vítimas. Segundo a NordVPN, estima-se que, com a venda total dos bancos de dados encontrados, os cibercriminosos poderiam lucrar mais de US$18,5 milhões (cerca de R$ 92,6 bilhões).
Adrianus Warmenhoven, consultor de segurança cibernética da NordVPN, alerta que as informações pessoais vendidas juntamente com os cartões roubados tornam a situação ainda mais perigosa. Ele afirma que, diferentemente do passado, em que as fraudes com cartões de pagamento eram realizadas por meio de ataques de força bruta, hoje os criminosos utilizam métodos mais sofisticados, como phishing e malware, que podem até mesmo levar ao roubo de identidade da vítima. O phishing é uma forma de golpe em que os criminosos se passam por instituições financeiras ou empresas para enganar as pessoas, fazendo-as clicar em links maliciosos e compartilhar informações pessoais e confidenciais.
Os Estados Unidos lideram o ranking global de cartões roubados, com mais da metade das 6 milhões de unidades analisadas (cerca de 3,5 milhões) originárias do país. Além disso, segundo o levantamento, os cartões norte-americanos roubados são vendidos por R$28,78 na “dark web”. Por outro lado, os cartões mais valorizados pelos criminosos são da Dinamarca, com um preço médio de R$57,56.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que os usuários adotem medidas para proteger suas informações pessoais e financeiras. Adrianus Warmenhoven destaca algumas estratégias de segurança virtual que podem ajudar a prevenir ataques:
- Utilizar senhas impenetráveis, compostas por pelo menos 20 caracteres, incluindo letras, números e símbolos, e armazená-las em um gerenciador criptografado.
- Baixar o aplicativo do seu banco e utilizar as notificações de transações em tempo real para identificar qualquer atividade suspeita.
- Responder prontamente a violações de dados, alterando imediatamente o nome de usuário e senha.
- Utilizar um software anti-malware para detectar arquivos maliciosos e vírus que possam roubar informações pessoais.
Os dados da pesquisa foram compilados pela NordVPN em parceria com pesquisadores independentes especializados em incidentes de segurança cibernética. Foram avaliados oito mercados-chave na “dark web” para recuperar os detalhes de mais de 6 milhões de cartões.
Diante do aumento desses crimes cibernéticos, é fundamental que os indivíduos estejam conscientes da importância da proteção de dados pessoais e adotem medidas de segurança para mitigar os riscos de roubo e fraude de cartões de pagamento. A colaboração entre empresas de cybersegurança, pesquisadores independentes e autoridades competentes também desempenha um papel crucial na identificação e combate a essas atividades criminosas na internet.
