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Written by 10:40 Inteligência Artificial, Mercado Tecnológico, Notícias

IA contribui para o desenvolvimento de antibiótico inovador contra superbactérias

Cientistas de instituições do Canadá e dos Estados Unidos alcançaram um avanço significativo na luta contra as superbactérias ao utilizar inteligência artificial (IA) para desenvolver um novo antibiótico. A pesquisa utilizou a tecnologia para filtrar uma extensa lista de compostos químicos em potencial, reduzindo-os a apenas alguns que poderiam ser testados em laboratório. O resultado foi um poderoso antibiótico experimental chamado abaucina, que será submetido a mais testes antes de ser disponibilizado para uso.

A escassez de novos antibióticos tem sido um problema persistente nas últimas décadas, enquanto as bactérias se tornam cada vez mais resistentes aos medicamentos atualmente disponíveis. Estima-se que mais de um milhão de pessoas morram anualmente de infecções causadas por bactérias resistentes a tratamentos com antibióticos.

Os pesquisadores direcionaram seus esforços para uma das espécies bacterianas mais problemáticas: a Acinetobacter baumannii, capaz de infectar feridas e causar pneumonia. Embora essa bactéria seja menos conhecida do que outras, como a MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina), a Organização Mundial da Saúde (OMS) a identificou como uma ameaça “crítica”. A A. baumannii é conhecida por ser resistente a vários antibióticos e representa um desafio especialmente grave em hospitais e casas de repouso, onde pode sobreviver em superfícies e equipamentos médicos.

Jonathan Stokes, da Universidade McMaster, no Canadá, descreveu a A. baumannii como o “inimigo público número um”, devido à sua alta resistência a quase todos os antibióticos existentes. A utilização da inteligência artificial no processo de descoberta de medicamentos pode acelerar consideravelmente o ritmo de identificação de novas classes de antibióticos necessárias com urgência.

Em 2020, os pesquisadores já haviam testado a aplicação da inteligência artificial na descoberta de antibióticos, utilizando a bactéria E. coli como modelo. Agora, eles direcionaram seus esforços para enfrentar outras ameaças bacterianas, como a Staphylococcus aureus e a Pseudomonas aeruginosa, em estudos futuros.

James Collins, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, afirmou que essa descoberta reforça ainda mais a premissa de que a inteligência artificial pode acelerar e ampliar significativamente a busca por novos antibióticos. Collins destacou a importância desse avanço no combate a patógenos problemáticos, como a A. baumannii.

Dame Sally Davies, ex-chefe de saúde da Inglaterra e representante do governo na luta contra a resistência antimicrobiana, expressou seu entusiasmo em relação ao uso da inteligência artificial nesse contexto. Ela considera que a aplicação da IA foi um divisor de águas e afirmou estar extremamente feliz com o trabalho realizado pelos pesquisadores, pois isso poderá salvar vidas.

Esse estudo representa um marco na busca por soluções eficazes contra as superbactérias. A inteligência artificial, quando aplicada à descoberta de medicamentos, tem o potencial de acelerar o processo e abrir novos caminhos para o desenvolvimento de antibióticos capazes de enfrentar as bactérias resistentes. Os resultados promissores obtidos com a abaucina oferecem esperança para a superação desse desafio crescente e vital para a saúde pública global.

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