O novo aplicativo Threads, desenvolvido pela Meta, atraiu um impressionante número de 10 milhões de usuários nas primeiras sete horas após o seu lançamento. Com uma proposta que se assemelha bastante ao Twitter, incluindo o limite de caracteres, a possibilidade de repostagem e um feed de notícias, o Threads está se estabelecendo como um concorrente direto da plataforma de microblogging.

Uma das razões para o rápido crescimento do Threads é a sua integração com o Instagram. Ao se inscreverem no aplicativo, os usuários têm a opção de seguir automaticamente todas as pessoas que já seguem no Instagram. Essa funcionalidade oferece uma lista pronta de seguidores, que pode continuar a crescer à medida que os seguidores do Instagram também se inscrevem no Threads. Essa estratégia inteligente de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, demonstra como as grandes empresas de tecnologia têm uma vantagem significativa sobre as menores.

Enquanto plataformas como Bluesky e Mastodon tiveram que começar do zero, sem uma base de usuários estabelecida, a Meta está se beneficiando dos mais de 1 bilhão de seguidores no Instagram. Essa base sólida de usuários está impulsionando o lançamento bem-sucedido do Threads.

No entanto, alguns desafios se apresentam para o aplicativo Threads. Em primeiro lugar, ele possui apenas um único feed que combina os seguidores do usuário com o conteúdo que o algoritmo considera relevante. Isso tem gerado algumas reclamações por parte dos usuários, que preferem a possibilidade de ter um feed de recomendações separado e a opção de visualizar apenas os tuítes das pessoas que seguem, como ocorre no Twitter.

Além disso, o Threads ainda não está completamente otimizado para uso em computadores, o que pode ser uma limitação para aqueles que preferem acessar as redes sociais por meio de navegadores.

Outra lacuna notável é a ausência de informações sobre os trending topics, ou seja, os assuntos mais comentados do momento. Isso torna difícil para os usuários do Threads identificarem o que está viralizando e acompanhar os assuntos de maior relevância em tempo real. Além disso, a função de mensagem direta, presente no Twitter, também não está disponível no aplicativo.

Apesar de muitas pessoas já terem se inscrito no Threads e o lançamento ter gerado um buzz significativo, ele ainda está muito aquém da magnitude do Twitter. As postagens no Threads provavelmente terão um alcance menor e serão vistas por menos pessoas, mesmo considerando o rápido crescimento inicial.

Zuckerberg descreve o aplicativo como uma “versão inicial”, o que indica que ele ainda está em estágio de desenvolvimento e pode passar por melhorias e adições de recursos no futuro. No entanto, o CEO da Meta está satisfeito com a recepção positiva até o momento. Dado o histórico recente de controvérsias em torno da empresa, Zuckerberg está buscando se reinventar como um bilionário da tecnologia preocupado em oferecer uma plataforma de mídia social amigável e bem administrada.

A notícia do sucesso inicial do Threads parece ter incomodado Elon Musk, proprietário do Twitter. Em um tom sarcástico, Musk ironizou: “Graças a Deus eles são administrados com tanta sanidade”. Essa provocação de Musk indica uma possível preocupação com a ameaça que o Threads pode representar para o Twitter.

Embora Zuckerberg possa ter temido que os usuários insatisfeitos do Twitter rejeitassem o novo aplicativo da Meta, até o momento, parece que esses receios eram infundados. Com um aplicativo que funciona de maneira sólida, se não espetacular, o Threads pode se tornar um verdadeiro problema para Musk e sua plataforma de microblogging.

A batalha entre essas gigantes da tecnologia está apenas começando. O sucesso do Threads dependerá de sua capacidade de atrair mais usuários e conquistar uma base sólida de seguidores, enquanto o Twitter precisará continuar inovando e oferecendo recursos exclusivos para manter sua posição como uma das principais redes sociais do mundo.

O futuro dirá se o Threads se tornará uma ameaça real ao domínio do Twitter ou se o aplicativo enfrentará dificuldades para competir em um mercado já saturado. Enquanto isso, os usuários de redes sociais aguardam ansiosamente para ver como essa disputa evoluirá e quais serão os impactos nas suas experiências online.