A Meta, empresa proprietária do Facebook e Instagram, revelou aos funcionários seu plano de lançar uma nova rede social que pretende competir diretamente com o Twitter, de acordo com fontes ouvidas pela BBC.

O aplicativo, provisoriamente chamado de P92, permitirá aos usuários seguir contas que eles já acompanham no Instagram. Além disso, poderá permitir que os usuários importem seus seguidores de plataformas descentralizadas, como a rede social Mastodon, que também é baseada em texto, assim como o Twitter.

Diferentemente de uma plataforma centralizada, onde uma única empresa controla a rede que conecta os usuários, a plataforma descentralizada não estará sob o controle de uma única empresa.

Um porta-voz da Meta confirmou à BBC que a plataforma está em desenvolvimento e disse: “Estamos explorando uma rede social descentralizada autônoma para compartilhar atualizações de texto. Acreditamos que há uma oportunidade para um espaço à parte onde criadores e figuras públicas podem compartilhar atualizações oportunas sobre seus interesses.”

O diretor de produtos da Meta, Chris Cox, afirmou que a programação do sistema já está em andamento. A gigante da tecnologia planeja lançar a nova rede social em breve, embora ainda não tenha divulgado uma data específica. Há especulações de que o lançamento possa ocorrer ainda no final de junho.

Capturas de tela do aplicativo foram apresentadas internamente aos funcionários para dar uma ideia de como funcionará a plataforma. Fontes dentro da empresa confirmaram à BBC que essas capturas de tela vazadas são legítimas. Se isso for verdade, o layout dessa nova plataforma será bastante familiar para aqueles que já passaram algum tempo no Twitter.

A Meta tem como objetivo tornar essa nova rede social um concorrente direto do Twitter, especialmente para Elon Musk, dono do Twitter. Isso coloca o P92, ou “Threads”, como é especulado que seja o nome de lançamento, como uma alternativa maior do que outros sites, como o Bluesky ou o próprio Mastodon.

Embora essas plataformas tenham atraído usuários desiludidos com o Twitter após a venda para o megaempresário, é difícil começar do zero em uma nova rede social e reconstruir uma comunidade.

No entanto, a comunidade do Instagram é imensa. A Meta afirma ter cerca de 2 bilhões de usuários, o que supera os 300 milhões estimados que utilizam o Twitter, embora esses números não possam ser mais verificados.

Caso até 25% dos usuários do Instagram sejam convencidos a usar o P92 (que deverá ter um nome mais atraente quando for lançado), a nova rede social se tornará instantaneamente maior do que seu concorrente mais antigo.

A Meta afirma que se “inspira” em outros produtos, embora alguns digam isso de maneira menos sutil. O recurso “Stories” no Facebook foi baseado em uma funcionalidade do Snapchat, e o “Reels” no Instagram é indiscutivelmente semelhante ao TikTok.

O Twitter tem enfrentado críticas nos últimos meses em relação a problemas de moderação em sua plataforma. Em maio, a empresa deixou de seguir o código voluntário de combate à desinformação da União Europeia (UE).

Sob o comando de Musk, a moderação do Twitter teria sido reduzida, o que especialistas apontam como responsável por um aumento na disseminação de desinformação.

No entanto, Musk afirma que, desde que assumiu a empresa em outubro de 2022, há “menos desinformação em vez de mais” na plataforma.

O lançamento da nova rede social da Meta promete acirrar ainda mais a competição no cenário das mídias sociais e oferecer aos usuários uma alternativa ao Twitter, assim como atrair a atenção dos críticos que estão de olho na moderação e na disseminação de desinformação nas plataformas digitais. Resta agora aguardar o lançamento oficial para ver como essa nova plataforma será recebida pelos usuários.